Sai – Secretaria Executiva de Articulação Internacionais

Os números do comex no sul de Santa Catarina em 2019

Parte 1 – Exportações

Por Renata Goulart Fernandes

Mestre em Ciências Ambientais, especialista em Gestão de Negócios Internacionais e bacharel em Relações Internacionais

Nos últimos anos, o Brasil passou por um período de desaceleração e retomada nas exportações. Segundo o Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, em 2011 as exportações alcançaram o recorde histórico de U$ 256 bilhões. Contudo, entre 2012 e 2016, apresentou números inferiores. Já em 2017 e 2018, foi possível observar uma melhora nos valores exportados pelo Brasil, uma vez que o país atingiu o total de U$ 239,8 bilhões em 2018, retomando o crescimento. Entretanto, em 2019, tivemos uma queda de 6,05% no total exportado, em comparação ao ano anterior.

Ao se tratar das exportações relacionadas ao Estado de Santa Catarina, os dados do MDIC (2019), mostram que o estado vem mantendo praticamente o mesmo volume em suas vendas nos últimos três anos, tendo enviado ao exterior um total de U$8,9 bilhões em mercadorias em 2019, o que significa uma participação de 4% do total exportado pelo Brasil, contra U$16,9 bilhões em importações realizadas.

No sul de Santa Catarina, foi possível observar um aumento de 2,13% nas exportações realizadas no ano passado. Contudo, das três microrregiões responsáveis pelo volume total de U$ 721 milhões: Amesc (Associação de Municípios do Extremo Sul Catarinense), Amrec (Associação de Municípios da Região Carbonífera) e Amurel (Associação de Municípios da Região Lagunar), apenas a Amurel apresentou aumento no volume de 265 empresas que realizaram comércio internacional através da venda de seus produtos.

A Amesc obteve um volume de U$ 94 milhões em exportações (2019), tendo esse sido o menor valor dos últimos 7 anos, quando, em, 2013, esse número era praticamente o triplo. Ao analisar os municípios que contribuíram para esses números, são cinco onde as empresas exportadoras estão situadas, com destaque para Araranguá e Sombrio. Outro ponto relevante que contribui para a diferença no volume desse período é o fato de o município de Morro Grande ter empresas que deixaram de atuar no exterior, uma vez que ele era o segundo maior responsável pelo volume de vendas da região. Em contrapartida, Turvo passou a ter uma representação a partir de 2017.

Na Amrec, os números mostram queda de 17% no volume de mercadorias enviadas ao exterior, sendo U$ 268,830 milhões, enquanto esse número chegou a U$ 322,8 milhões em 2018. Dos doze municípios que compõem a região, apenas Treviso não realizou vendas para outros países. Forquilhinha e Criciúma merecem destaque com o alcance de 60% do total.

Na contramão, a Amurel apresentou um aumento de 35% em suas exportações na comparação entre 2018 e 2019, sendo que enviou para o exterior o total de U$ 358,2 milhões através de 100 empresas, de 13 municípios, com destaque para a cidade portuária de Imbituba, Braço do Norte e Tubarão, que juntos, representam 88% do total exportado pela região.

Em relação ao saldo da balança comercial (diferença entre as exportações e importações), o Brasil e a região sul como um todo são superavitários, diferente do estado de Santa Catarina que tem o volume de importações maior que as exportações. Ao dividir o sul em suas microrregiões, apenas a Amrec apresenta déficit.

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